segunda-feira, 8 de abril de 2013

Capoeira


Rodolfo era o tipo de cara que não levava desaforo pra casa. Onde chegava, se houvesse algum tipo de zueira ou mal-entendido forte, ele, que era bom capoeira, já tratava logo de se levantar e saber o que havia.

Não era alto, mas tinha coragem de sobra. Dizia sua tia que foi porque nasceu em noite de lua nova num Outubro há uns trinta e poucos anos e isso fazia toda a diferença.

Um dia, voltando do trabalho. Marmita na mão e com o passo macio. Era trabalhador e não tinha pressa de chegar em casa. Morava só. Até que seus passos cruzaram com os da Rosa. Ela sorriu, mas fugiu dele com a agilidade de passista mulata que era.

Na fuga, levou o coração do capoeira. 

Desde então, todos os dias ele volta pra casa pelo mesmo caminho.  
       

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