Rodolfo era o tipo de cara que não levava desaforo pra casa.
Onde chegava, se houvesse algum tipo de zueira ou mal-entendido forte, ele,
que era bom capoeira, já tratava logo de se levantar e saber o que havia.
Não era alto, mas tinha coragem de sobra. Dizia sua tia que
foi porque nasceu em noite de lua nova num Outubro há uns trinta e poucos anos
e isso fazia toda a diferença.
Um dia, voltando do trabalho. Marmita na mão e com o passo
macio. Era trabalhador e não tinha pressa de chegar em casa. Morava só. Até que
seus passos cruzaram com os da Rosa. Ela sorriu, mas fugiu dele com a agilidade
de passista mulata que era.
Na fuga, levou o coração do capoeira.
Desde então, todos os
dias ele volta pra casa pelo mesmo caminho.
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