Não quero começar esse texto com lugares escuros, nem com
músicas que tocam ao fundo de onde quer que seja lembrando sabe-se lá o quê.
Quero paz...
No fundo, hoje é dia dessa pena deixar a metáfora de lado e
se mostrar, pois não há outra saída. Essa pena não quer mais escrever pela
guerra, pela luta diária contra o passado, contra a tristeza, contra tudo e
contra todos, contra si mesma. A pena não quer mais penas (salvo o trocadilho).
Essa pena quer paz.
A folha em branco nunca fica nula. Nunca lembra nada, assim,
nua.
A pena tem por anseio rompê-la em versos, em linhas
corridas. Como se correr fosse o fado dessa pena.
Essa pena gostaria de ser solar. De versar livre a alegria,
de fazer história todo dia, mas não, ela só agrada a quem se reconhece nela, e
só.
“A vida é real e de viés”, não é fotografia que tiramos com
óculos escuros, olhando com expressão despreocupada diretamente para o nada dentro
de algum carro com a janela aberta e cabelos ao vento.
Quando a pena encontrar aquilo pelo quê escrever, talvez
então seja o dia em que amanhecer e anoitecer sejam coisas completamente diferentes.
Por enquanto, a musa ainda chora baixinho...