domingo, 26 de maio de 2013

Pena


Não quero começar esse texto com lugares escuros, nem com músicas que tocam ao fundo de onde quer que seja lembrando sabe-se lá o quê. Quero paz...

No fundo, hoje é dia dessa pena deixar a metáfora de lado e se mostrar, pois não há outra saída. Essa pena não quer mais escrever pela guerra, pela luta diária contra o passado, contra a tristeza, contra tudo e contra todos, contra si mesma. A pena não quer mais penas (salvo o trocadilho). Essa pena quer paz.

A folha em branco nunca fica nula. Nunca lembra nada, assim, nua.

A pena tem por anseio rompê-la em versos, em linhas corridas. Como se correr fosse o fado dessa pena.

Essa pena gostaria de ser solar. De versar livre a alegria, de fazer história todo dia, mas não, ela só agrada a quem se reconhece nela, e só.

“A vida é real e de viés”, não é fotografia que tiramos com óculos escuros, olhando com expressão despreocupada diretamente para o nada dentro de algum carro com a janela aberta e cabelos ao vento.

Quando a pena encontrar aquilo pelo quê escrever, talvez então seja o dia em que amanhecer e anoitecer sejam coisas completamente diferentes.

Por enquanto, a musa ainda chora baixinho...

Nenhum comentário:

Postar um comentário