sexta-feira, 21 de junho de 2013

Ela tinha algo que as outras não tinham e que nunca, nem em sonho conseguiriam ter. Quê era aquilo? Eram os olhos. O jeito de mirar as coisas. Não era triste, nem desinteressado ou aos pedaços como já é o olhar de algumas pessoas, era diferente. Era vivo, e vivo deixava tudo por onde pousava aquele olhar que pousou em mim e disse nunca mais sair de mim.

Não, meu senhor. Não é mais uma história que exalta ou esclarece o sentir. Apenas conto o que vi, só isso. Aqueles olhos um dia passaram por mim e me fizeram ser o que sou. Não! Não penses que é com orgulho ou razão aflorada que te digo isso, pois não é o amor que manda em minha fala. É apenas o acaso e por vezes o infortúnio que apareceram entre flores e espinhos.

Um dia, estes olhos foram para longe. Tão longe quanto possas imaginar... E tudo se fez igual, sem final e sem saída. Acho até que dentre algumas festividades se dava para tirar da mente aquela infeliz obsessão pelos tais olhos da amiga. Mas passadas as alegrias, cantos e bebidas eis que surgia a falta retumbantemente grande de ser visto e quisto...

Viajei. Fui a Piracicaba tomar famosa aguardente que um conhecido me tinha indicado. Lhe dou uma chance para adivinhar quem estava no fundo de cada copo...

Mudei. Rotas para o trabalho, todas diferentes. Hábitos alimentares também. Comprei um fiel e afável cachorrinho que muito me mira e depende, mas óbvio que é só um cão e que ocupa em parte meu tempo.

Não sofro, pois é em vão. Não espero nem desespero mais. Mesmo porque não sou homem desses gestos, minha criação tradicional somada a excesso de timidez me impede de tais coisas. Hoje preciso levar Urso (o cachorro) para alguns exercícios ao ar livre.


Mas vamos tratar do senhor, veio escolher seus óculos, não é isso?

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