sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Tango

Tan – Tan – Tan – Tã.

O brilho suave e prateado da lua cheia ilumina os meus sapatos quase novos. Sinto-me importante outra vez enfim. É noite, a cama não chama e nem o travesseiro satisfaz.

Na rua.

É onde a procura acaba. Sinto um perfume qualquer que exala não sei de onde. É quando ouço o som soar.

Tan – Tan – Tan – Tã.

Caminho um pouco mais e vejo a porta aberta, a luz, que é meia-luz, acesa. A melodia me tenta, tento fugir, afinal, é só uma caminhada, mas a rosa no cabelo me puxa tal tivesse a força de mil exércitos.

Vem, é só uma dança!

O salão ainda vazio, mas não importa, fui escolhido pela rosa, pelo vestido justo ao corpo, pela melodia melancólica e cadenciada do bandoneon. Sinto-me apenas flutuar, faz tempo desde a última vez, muito, e é como se não fosse. Aqui, riscando o chão desse lugar tudo faz sentido.

As dores da vida, do amor e do mundo não tem nenhuma importância. Somos todos hipnotizados por essa vida e tal como hipnóticos seguimos até o último salão cerrar suas portas.

 Tan – Tan – Tan – Tã.

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