“Daqui não irás passar!”, falou com
toda pompa e sequidão um guarda de lança em punho e armadura vestida, a ele não
dei ouvidos e adentrei o lugar com o foco de um caçador e com agilidade tal
bicho veloz das savanas do tão perto e tão longe continente africano. Eu sabia
o que queria naquele momento. Logo que dentro do lugar, amplo e imponente, fui
convidado a sentar à mesa com dois homens que bebiam Whisky. Segundo um deles ao erguer-me seu copo, “Bebida não é algo feito
pela mão do homem, mas pelos instrumentos misteriosos e eficazes do tempo”.
Decidi não beber, me pareceu pouco apropriado misturar as minhas horas de busca
com álcool.
Me embrenhei por entre os imensos
corredores e deles vinham sussurros, música, cantos, dança, passos, diálogos,
brigas, gritos e tudo foi ficando ensurdecedor demais para se prestar atenção
onde se podia pisar e quase viro cativo da música de um flautista, mas segui.
Tiros de canhão, soar de sinos, risadas, lamentos, o perfume da guerra e o odor
da paixão, tudo ao alcance da mão. Por fim, consegui os volumes que queria
dentre as variadas formas, tamanhos, capas, títulos e estórias colocadas
naquelas estantes que pareciam mais vivas até do que eu mesmo.
“Mais alguma coisa, senhor?”
“Vocês tem marca-página?”, era o
que eu devia ter perguntado, mas sempre esqueço.
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