quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Beira da fogueira


Quem nunca viu uma fogueira de perto não sabe o que ela é capaz de fazer com a alma. Ela tem poder quase curativo, porque o fogo ilumina as escuridões que carregamos no coração. A fogueira é necessária. A luz da Lua é necessária. Este ar é necessário, as estrelas e as danças nos inspiram.

Não vi muito da vida, mas o que conheço de minha gente já me faz saber muito, mais do que os gadjós sabem. Esses homens não sabem como negociar, nem diferenciam bem o certo do errado e tampouco dão valor às coisas.

Tudo aqui é motivo de festa. Até quando estamos tristes fazemos festa. Dançamos e cantamos para que essa tristeza não dure mais que um dia. A vida é muito mais do que simplesmente se lamentar, moça.

Todo homem devia ver de tudo o que há no mundo, mas sem nunca deixar de pisar no seu chão, de ver a sua gente, de estar com quem ama.

Nós sabemos o que é isso, sim. Vês aquela que dança em roda com as crianças? Nos conhecemos desde pequenos. As estrelas brilham mais forte quando ela rodopia ao som de nossa música. Essas coisas sentem-se em qualquer tempo, lugar ou circunstância, moça.

Peço aos céus para que nunca percamos isso. Esse é o nosso jeito de viver, nossa forma de ver as coisas. Sempre haverá alguém para tocar as cordas, alguém para acender a fogueira e caminhos para seguir quando acharmos que devemos ir adiante...  
   

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