Toda vez que a cabeça fica pequena demais ou a cama grande
demais, sou expulso para fora do sono.
É um despejo da tranqüilidade. Um degredo para fora da paz.
Abro a porta da geladeira e é inútil. Pois nada lá dentro me
ajudará a pegar no sono.
Olho pela janela e está escuro. A rua, apesar de me chamar
para os seus braços, não me confortará mais que alguns minutos.
E a caminhada é longa, mesmo que seja em círculos. O ponteiro
do relógio corre lento. Tudo parece ser demais para esperar. Até mesmo o dia
que vem.
Tudo enegrece. Até minha boca que sorve um café, mais por
costume automático que por vontade.
E o resto é música e silêncio. É lençol desarrumado. É vento
quente e, de repente, a chuva cai lá fora, da nuvem que não chove em mim.
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